segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Postagens velhas,
Feitas agora!

Novembro 2008


A menina tinha um olhar perdido. Há um ano ganhara força na decepção e esperança na distância. Agora tudo se perdera, havia esquecido onde morava sua fortaleza. Perdera a esperança e o cansaço tomava lhe o resto do brilho.
Poucas coisas importavam, afinal quando se perde o amor, o que fica?
A paisagem passava rápido pela janela do ônibus cheio. Queria ela arrumar as malas para uma outra viagem, mas o lugar mais longe aonde ia era ao trabalho. Era ali, no trabalho onde ela colocava todo seu afeto. Enchia o peito de ar e se fingia plena. A verdade é que ninguém via a verdade. Ela estava escondida atrás do sorriso amarelo e do olhar baixo. As vezes ela sentia como se o coração parasse e dentro dela um buraco imenso se formasse. O caderno preto não dava mais conta. Nos últimos anos ela amadurecera, tinha vivido dores bem diferentes. A saudade intensa e a perda de um amor eram sabores amargos demais.
Ocupar a agenda, falar o tempo todo, ter sempre alguém por perto... Nada a fazia esquecer aquele sabor.
O ponto chegou e ela desceu apressada. O nó da garganta aumentou quando diante de uma propaganda ela pode ler: “ Já pensei em te largar, já olhei tantas vezes pro lado, mas quando eu penso em alguém é por você que fecho os olhos...”
E então veio a cabeça a pior idéia: fechar os olhos... fechar para sempre... Talvez aí morasse a cura de todos os vazio.

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