quinta-feira, 19 de abril de 2007

“Cuide tudo que for verdadeiro,
Deixe tudo que não for passar
Palavras duras em voz de veludo
E tudo muda, adeus velho mundo
Há um segundo tudo estava em paz”

A menina só conseguia pensar em quanto estava vazia. Nada a fazia feliz, nem triste nem nada. Tudo lhe era indiferente. A discussão mais idiota, o assunto mais importante, o trabalho que tanto amava...Tudo! Ela não era capaz de sentir nada. Viajou e se aventurou em outros corpos – e nada!. Se permitiu estar com outros “alguéns” e a largar de mão as lembras que insistiam em infernizá-la – e nada! Criou em volta de si um ‘campo de força’ protetor. Ele, sim, funcionava bem. Bem demais inclusive. Com as mãos entre o rosto pensou em inventar um novo amor. Em viajar pro exterior. Em cortar os cabelos. Mas nada disso parecia suficientemente importante. Lembrou-se de tudo o que tinha pra fazer e cansou-se só de imaginar. Taí ! ela queria férias. O último verão tinha mesmo sido ótimo. Nesse queria ir pro interior... Andar a cavalo... Tomar banho de cachoeira, esquecer-se na cadeira até a bebida esquentar nas suas mãos... Ver o sol se por...

Ia ser bom rever os velhos amigos esse fim de semana! Há tempos não saía com eles. Teriam sobre o que conversar... Estar com eles era ter a certeza de algumas coisas em nossas vidas nunca passarão porque são verdadeiras e intensas. Esse era outra coisa na qual andava pensando. O quanto às pessoas podiam ser ridiculamente falsas. No início isso a incomodava... chegava a doer um pouco. Agora era diferente. A indiferença da menina estava servindo pra algo, podia deixar as coisas passarem até acabarem e isso não mais a incomodava! Quem quisesse que fosse tentar socorrer o que restava. Ela sentia com clareza o quanto o fim estava próximo e isso ao contrário a aliviava. Se todo mundo podia fingir que tudo estava bem, ela também poderia! Se todo mundo fingia não ver a realidade ela não assumiria estar enxergando as coisas por outro prisma. Afinal, cansou-se mesmo das acusações de sempre e cansou-se também do cinismo com o qual os demais encaravam a vida! Já que essa era a regra ela também se portaria desse modo. Desse vez ia simplesmente deixar a ferida cicatrizar, sem cutucar, para que as marcas fossem menores!

2 comentários:

Mari Gralato disse...

eh a primeira vez que eu posto em blogg e sera a ultima se vc não continuar escrevendo as historias da menina...
uahuhauhauhahuha
li, te amo de montão ,vc sabe disso, e fico orgulhosíssima com todos os seus talentos!!!
so falta eu ai... hahahaha
bjaum amor

Lupos, Canis disse...

eu quero uma "menina" pra mim onde vc produziu essa?? *.*